terça-feira, 30 de abril de 2013

[0435] Directamente de França, do nosso amigo Luiz Silva, um excelente texto sobre a diva (e quando se diz "diva" em Cabo Verde, já se sabe quem é...)

Cesária Évora: da periferia do Mindelo à periferia de Paris

Luiz Silva
A cidade-porto do Mindelo, antiga Vila Leopoldina, foi elevada ao estatuto  de cidade em 14 de Abril de 1874.   O seu desenvovlimento se deveu aos ingleses que criaram várias companhias de carvão e influenciaram a vida social, cultural e desportiva da cidade. Mas a concorrência dos portos de Dakar e Las Palmas, mais bem apetrechados, e as crises económicas, como a de 1929, e a falta de investimentos da potência colonial bloqueram o seu desenvolvimento.  Até hoje se luta para reconquistar o prestígio de outrora que fez do Mindelo o ponto de encontro de várias civilizações e culturas, com a sua elite anglófona e onde o desporto, em especial o futebol, o golf e o criket, mas também o gin tonic faziam parte do seu quotidiano.

A cidade do Mindelo, com o seu centro à volta do Palácio do Governo,  tinha na sua periferia várias zonas habitadas por trabalhadores das companhias inglesas, vindos especialmente de Santo Antão e São Nicolau, em alojamentos sociais criados pelos ingleses. E foi na periferia do Mindelo, na zona denominada Lombo, que nasceu a nossa  Cesária Nacional em Agosto de 1941, cujo pai era músico e amigo pessoal de B.Leza, um dos maiores compositores nacionais e de que Cesária foi uma das melhores intérpretes.


Esta zona suburbana  tinha o seu pequeno comércio, as suas pequenas casas de costura, os seus bares, que à noite acolhiam os músicos mindelenses, das outras ilhas e estrangeiros à volta do Porto Grande.  Tudo o que era vida cultural e social da ilha começava por se manifestar no Lombo.

Cesária Évora
Foi ali que nasceram  militantes associativos, que se evidenciaram  na criação de vários grupos carnavalescos,  como também os maiores artistas do teatro e da música  caboverdianas. Ali nasceu B.Leza, poeta e músico, que iria verdadeiramente dar uma nova estrutura à morna, nascida na Boavista, criada na ilha da Brava com o mestre Eugénio Tavares e que se tornou adulta em São Vicente. A presença de Eugénio Tavares em São Vicente a partir de 1923, assim como do guitarrista Luis Rendall, terá sido  importante no enrequecimento da morna caboverdiana, tanto ao nível da escrita do crioulo caboverdiano como na intrdução de novas modalidades sonoras e  temáticas  baseadas na realidade sociológica das ilhas.  B.Leza, que foi aluno do Luis Rendall, pertenceu também ao grupo Claridoso que em 1936 fundava a revista Claridade, que foi o brado da Independência cultural de Cabo Verde.  É o compositor mais cantado dentro e fora de Cabo Verde e tem em Cesária Évora uma das suas maiores intérpretes.

Ali no Lombo também nasceu e viveu  Gregório Gonçalves «Ti Goy », compositor de coladeras e autor de várias peças de teatro. Pelas suas mãos passaram vários jovens artistas como o menino prodígio Longino Baptista, cantor, dançarino e comediante. Em casa de Gregório Gonçalves reuniam-se os jovens de todos os subúrbios do Mindelo. Ali se criou vários grupos carnavalescos como Flores do Mindelo e Lombiano, e grupos de teatro. Era também o ponto de encontro dos  musicos para todos os festejos e até para se preparerem para tocar nos enterros. Todas as oportunidades eram aproveitadas para se fazer uma morna ou uma coladera brejeira. Essa coladera que devia evoluir na emigração e se transformar no arauto da luta pela Independência. Gregório Gonçalves foi na verdade aquele que melhor se serviu da coladera para denunciar os problemas da sociedade. Cesária Évora foi a sua voz preferida de entre as várias que dirigiu e certamente a sua maior intérprete. Gregório Gonçalves fundou um conjunto musical que permitiu lançar vários cantores e músicos.

Anualmente se organizavam em Mindelo peças de teatro, nomeadamente nos clubes Castilho e Amarante onde se destacavam o Valdemar Pereira, Piano e os irmãos Evandro e Mário Matos, Germano Gomes, bem como espectáculos de dança e de   música que davam um colorido especial à ilha.  E muitos desses espectaculos se passavam no cinema Eden Park, graças à simpatia e a benvolência dos irmãos Marques da Silva. Desses jovens artistas,  não se pode deixar de citar a bailarina Manuela de Nha Concha, o dançarino  Mateus e o menino prodígio Longino Baptista, a que já me referi anteriormente. 

Mindelo - O Porto Grande
A infância e a adolescência de Cesária Évora passaram-se ali no Lombo, onde fez a escola primária no Orfanato Mota Carmo que dava uma boa educação às jovens e onde também se aproximou de grandes músicos e compositores mindelenses.

Nos fins dos anos cinquenta do século passado, ela começa a cantar com uma voz sensual, exprimindo um sentimento que vinha do fundo  da sua alma. 

Mas sem dúvida, uma pessoa vai ser determinante na educação vocal de Cesária : trata-se de Eduardo Rodrigues, conhecido por “Eduardo de Nhô Jom Xalino”, um excelente cantor e guitarrista, oriundo de uma família de músicos famosos do Mindelo, inclusivé o próprio pai que fabricava os seus instrumentos musicais. Ora na rua de Moeda, ora na rua de Craca, ora no Lombo, ela era acompanhada pelo guitarrista Eduardo e amigos como o Bana, um outro grande cantor que deve muito ao Eduardo de Nhô Jom Xalino.

Certo, que esses anos cinquenta são anos de secas e emigração forçada para São Tomé. E é preciso referir que nessa época surgem  algumas mornas contestárias  de Lela de Maninha (como “São Vicente de Longe” cantada por Cesária Evora), mas também de Jotamonte e Abílio Duarte a denunciarem o abandono do Porto Grande pela potência colonial e a emigraçao forçada para São Tomé. Mas a criaçao musical que marca esta época é “Sodade” da autoria dum ex-emigrante  sãonicolense, que retrata as condiçoes dolorosas desta emigraçao forçada. Na voz de Cesária esta morna deu a volta ao mundo, ficando indelevelmente ligada ao seu nome.

Mindelo - Rua de Lisboa
Perante essas circunstancias, um grupo de Mindelenses decidiu sair clandestiamente de Mindelo à procura do pão para a boca das suas famílias e amigos. São dez estes apostólos da emigração que desembarcam no porto de Roterdão, de onde vão lançar o apelo para a emigração para a Holanda e que recebe a maior adesão de todas asc lasses sociais em Cabo Verde. São eles que estão na base nas transformações económicas, culturais, sociais e políticas em Cabo Verde.

Um grande número de músicos, amigos e colegas de Cesária Évora, também seguem para a Holanda, como Djosa de Benarda, Frank Cavaquinho, Djosinha, directamente de Cabo Verde, enquanto que Luis Morais, Morgadinho, Toi de Bibia, Jean da Lomba e Ban a passam por Dakar antes de chegarem a Roterdão. E ali nasce o conjunto “A Voz de Cabo Verde”, um verdadeiro sonho de Frank Cavaquinho.

Essa presença caboverdiana na Holanda e que mais tarde se estende a todos os cantos da Europa, divulga e promove a música caboverdiana  graças à criação da casa de Discos Morabeza . Com as remessas dos emigrantes e de novos instrumentos musicais, o panorama musical também muda em Cabo Verde. As actividades culturais no Lombo e outros subúrbios do Mindelo também  evoluem com mais música e serenatas permanents. A voz da Cesária surge triunfante nessas noites caboverdianas e o seu nome ultrapassa os limites do Mindelo e das ilhas para chegar às comunidades caboverdianas. Começa por participar em gravaçoes nas rádios e em manifestações culturais. Tudo o que exprime um sentir caboverdiano encontra na Cesária a sua verdadeira expressão.

Preferindo cantar com os pés descalços, recebe do chão que pisa, com muito respeito, o ritmo e a cadência musical.  Foi ali no Lombo, em 1964, num pequeno estabelecimento comercial pertencente ao comerciante João Mimoso,  que Cesária Évora gravou o primeiro single de 45 tours. Porém, a voz pura e candente  teve de esperar mais de trinta anos para gravar novos discos que a levaram a conhecer todos os palcos do Mundo. Mas entretanto as suas gravações nas rádios de São Vicente (Radio Barlavento e Radio Club) iam passando de mão em mão até que foram reunidas num CD, intitulado Radio Mindelo, e que é o maior testemunho musical de Cesária Évora, na sua juventude.

São Vicente - Lavadeiras de diazá
Se os anos sessenta, os melhores da nossa emigração, permitem a Cesária viver da sua voz, com a Independência a morna vai ser marginalizada, face a uma ideologia que previlegiava as músicas de origem africana. O grande cantor Bana é obrigado a emigrar e abre um restaurante em Lisboa, onde a morna se refugia.  Ali será o  templo da morna em Portugal, onde todos os emigrantes de todos os cantos do mundo vão escutá-la.  E é Bana que vai  convidar Cesária a deslocar-se a Portugal para gravar o seu primeiro LP.  As portas do sucesso estão agora abertas e ela pode regressar ao seu Mindelo, onde retoma a vida noturna nos bares e nos espectáculos, com muito apoio dos emigrantes de férias em Cabo Verde que a solicitam em todas as noites caboverdianas.

Foi num desses espectáculos, em Mindelo,  que ela encontrou dois jovens emigrantes em França, Orlando Juff e José da Silva que a convidaram a fazer uma digressão na França e na Holanda junto das nossas comunidades, onde é bem acolhida é apoiada. É aquilo que podemos designar por uma viagem da periferia do Mindelo para a periferia de Paris. Canta nos fins de semana e durante a semana  visita as amigas. Recebe muitos presentes, leva encomendas para todos os amigos e não se esque cendo dos amigos mais pobres. Fazem-se colectas em seu benefício em todos os espectáculos,  para além do cachet que recebe normalmente. Tem o apoio das associações caboverdianas que organizam festas de apoio  onde vende os seus discos. Nenhum artista caboverdiano  recebeu tantas manifestações de solidariedade nas comunidades caboverdianas da França, da Holanda, Estados Unidos, nomeadamente.

Ninguém poderia imaginar o percurso que a sua vida iria conhecer a partir da França.  Primeiramente era  acompanhada do Luis Morais, que ao  tempo era professor liceal de música e aproveitava as férias para se deslocar à emigraçao caboverdiana para visitar amigos e fazer alguns espectáculos. Aqui em Paris ou na Holanda, o Luis recrutava outros músicos para acompanharem Cesária que interpretava músicas de autores caboverdianos da diáspora parisense, como Morgadinho, Nando da Cruz e Teofilo Chantre, temas que serão incluídos em todos os albuns editados pela Lusafrica.

Mas a partir de 1992,  com o  sucesso do seu quarto disco “Miss Perfumado” sob a direcção de Paulino Vieira, ela rompe com o amadorismo que sempre a distinguiu dos outros artistas caboverdianos, para assumir uma verdadeira carreira internacional que a leva a quase todos os palcos do Mundo, divulgando a música caboverdiana e dando também a conhecer Cabo Verde e a sua cultura.  Os jornalistas parisienses descobrem esta nova cantora que procuram assimilar a Billy King e que tem a consciência do seu percurso como cidadã caboverdiana e intérprete de mornas que defende em todo o mundo.

A Rua de Praia - Imagem antiga
A sua simplicidade era impressionante. Apesar do sucesso e de melhores condições de vida continuou fiel aos seus amigos aos quais passou a prestar a sua solidariedade.

Em França demonstrou sempre o seu reconhecimento aos músicos e amigos que a acolheram e ajudaram nos primeiros passos da sua arreira internacional. Sem dúvida foi a artista caboverdiana mais conhecida em França e no mundo, tendo aberto as portas a uma nova geração de artistas que aliás disputam a sua sucessão. Numa sondagem feita na região parisiense, mais de dois terços dos alunos conheciam a cantora caboverdiana Cesária Évora.

Quando entrou no ciclo das “tournées” não parava. Em 2007, ela adoece na Austrália e é operada das coronárias. E nesta altura, com mais de sessenta anos, ainda consegue manter o ritmo das torunées durante cinco meses sem parar. Uma jornalista do jornal Le Monde  interrogava se não era a altura de ela suspender a carreira, pois considerava que Cesária levava uma vida de muitos sacrificios, o que já não facilitava qualquer progresso  nas interpretações.  A lenda viva de Cabo Verde queria continuar mas a doença já tinha tomado conta do seu corpo sem no entanto tirar-lhe a vontade de subir ao palco.

Em 2012 voltou a Paris para recomeçar um ciclo de “tournées” pelo mundo mas sem forças para continuar teve de ser hospitalizada. Mas quando se sentiu melhor quiz voltar para a sua terra como se estivesse a escolher de ir morrer na sua ilha, no hospital junto ao Lombo onde nasceu.

Um dos locais onde Cize cantou - Botequim de Nha Plona
Teve enterro nacional. Nas comunidades  caboverdianas a sua morte foi sentida porque ela resumia em si todo o drama do homem caboverdiano, obrigado a expatriar-se para servir Cabo Verde. O povo do Mindelo e os artistas nacionais  prestaram-lhe as devidas honras acompanhando com as mornas que ela cantava o percurso da sua casa ao cemitério, onde diariamente chegam admiradores de todo o mundo com coroas de flores.

O Governo de Cabo Verde atribuiu o seu nome ao Aeroporto de São Vicente e uma estátua dela foi levantada junto ao Aeroporto.

A história continuará a interrogar-se sobre a personalidade desta figura mindelense, nascida no meio modesto e que viveu modestamente com o coração aberto para o seu povo. Ela fica, para além de grande cantora de mornas, um exemplo da solidariedade activa sem a qual a nação caboverdiana não teria forças para lutar para a sua sobrevivência. Heroina no verdadeiro sentido do termo, a nossa Cise Nacional foi o orgulho  também dos emigrantes que, graças ao seu exemplo de tenacidade  e patriotismo, a consderam como o porta voz da nossa emigração ao fazer da temática da emigração o seu combate.

A história cultural de Cabo Verde inclina-se perante o percurso desta cantora mindelense  que com tenacidade defendeu a morna –expressão máxima da nossa caboverdianidade.

Muito obrigado pela vossa atenção.

Luiz Silva

(Escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico)

segunda-feira, 22 de abril de 2013

[0427] Festival Sete Sóis, Sete Luas

FINALÍSSIMA DO PRÉMIO REVELAÇÃO SETE SÓIS SETE LUAS

Com o apoio da Câmara Municipal de São Filipe, em ocasião da abertura da festa de São Filipe na ilha do Fogo, na sexta feira 26 de abril às 21h30, no Cinema ao ar livre, realiza-se a “finalíssima” do Prémio Revelação Sete Sóis Sete Luas 2012. O desafio é entre Nos Manera da ilha Brava, Nos Eransa de Fogo e Tarrafal base de Tarrafal (Santiago). O grupo que ganhar será inserido na programação artística da XXI edição do Festival Sete Sóis Sete Luas, tocando nos dias 2 e 4 de agosto de 2013 em Espanha e Portugal. Para a seleção do melhor grupo, irá ser criado um júri com a presença de destacadas personalidades culturais da cidade.  

Este projeto confirma a intenção do Festival Sete Sóis Sete Luas em internacionalizar artistas cabo-verdianos. Desde 1998, primeiro ano em que Cabo Verde entrou no circuito Sete Sóis Sete Luas, o Festival SSSL trabalhou com o intuito de valorizar a cultura cabo-verdiana no mundo e levou para a Europa na maioria das vezes em estreia nacional, grandes artistas como Cesária Évora (1995 Itália), Hermínia (1999 Itália), Tito Paris (2000 Espanha), Bana (2001 Itália), Ildo Lobo (2003 Espanha), Mayra Andrade (2003 Itália, 2004 Portugal), Tcheka (2004 Itália), Nancy Vieira (2008 Itália), Mariana Ramos (2008 Israel), Teté e Sara Alhinho (2009 Espanha), Mário Lúcio (2010 Croácia), Cordas do Sol (2012 Itália). Além dos grandes nomes é importante salientar todos os grupos que ganharam o Prémio Revelação nos últimos anos: Leni e Banda de Tarrafal (Santiago) vencedores do Prémio Revelação 2011, que atuaram em agosto 2012 em Ponte de Sor (Portugal) e o Repertório de amigos de Ribeira Grande de Santo Antão que venceram o Prémio Revelação 2010 e atuaram em agosto 2011 também em Ponte de Sor.

O Festival Sete Sóis Sete Luas (www.7sois.eu) – Festival de música popular e arte contemporânea, que abrange 30 cidades de 12 países espalhados pela bacia Mediterrânica e mundo lusófono (Brasil, Cabo Verde, Croácia, Espanha, França, Grécia, Israel, Itália, Marrocos, Roménia, Portugal e Tunísia) – tem uma relação especial com Cabo Verde, primeiro país extra europeu que entrou na grande Rede SSSL no ano de 1998. Também a ilha de Brava faz agora parte da Rede SSSL. A garantir esta relação especial desde o ano 2012 temos Jorge Carlos Fonseca, Presidente da República de Cabo Verde, que aceitou a herança do Prémio Nobel português José Saramago como sendo o novo Presidente Honorário do Festival.

domingo, 21 de abril de 2013

[0426] Um curiosíssimo boletim, em mais uma colaboração do nosso amigo Zeca Soares

A cidade do Mindelo (e da Praia de Bote) completou no passado Domingo dia 14 de Abril a bonita idade de 134 anos. Portanto, foi no ano de 1879 que deixou de ser vila. Naquela época, a Praia de Bote já lá estava mas sem os botes de agora. Uma provocação a quem consegue imaginar a Praia de Bote naquela época! Os Ingleses já cá estavam? Fica a pergunta, para quem conhece a história.

Isto tudo a propósito de, no ano de 1842, portanto 37 anos antes da existência da cidade do Mindelo, ter sido publicado na Ilha da Boavista, o n.º 1 de um Boletim Oficial do Governo-Geral de Cabo Verde. Não sei se o seu conteúdo tem algum interesse, mas pelo seu valor histórico, julgo que seria interessante quanto mais não seja, fazer parte do arquivo de Praia de Bote.

Gostaria de acrescentar que, numa leitura muito rápida, fiquei com a impressão, de que este boletim era também uma espécie de jornal da nossa era, na medida em que trata assuntos "Interior e Exterior" portanto, do Arquipélago e do Mundo, e "Oficial e não Oficial". (ver a última página). Portanto já la vão mais de 170 (cento e setenta) anos que ele foi publicado. 

Zeca Soares 

O PRAIA DE BOTE agradece mais esta muito curiosa colaboração ao Zeca Soares. Se os nosso leitores  tiverem dificuldades de leitura, copiem as imagens para o seu computador e ampliem-nas. Se mesmo assim ainda tiverem problemas, solicitem os ficheiros ao PRAIA DE BOTE que lhes serão enviados logo que possível.  Infelizmente, os meios técnicos do blogue não permitem apresentar aqui estas imagens com a boa qualidade que elas de facto têm. 





 

[0425] Melhorias no comércio cabo-verdiano

Ver notícia AQUI.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

[0421] Comemoração do aniversário do Mindelo

O Presidente da Câmara Municipal, Augusto Neves, o académico orador convidado e amigo de PRAIA DE BOTE Manuel Brito-Semedo, Onésimo Silveira (antigo presidente do município sãovicentino) e outras individualidades conhecidas de nôs terra, no dia dela. A ver e a rever.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

[0420] Adriano Duarte Silva, mais uma vez. VER TRÊS NOTÍCIAS ANTERIORES

Enviada pelo nosso amigo João Manuel Nobre de Oliveira, divulgamos esta transcrição de um discurso do Dr. Adriano Duarte Silva na Assembleia Nacional de Portugal, em 21 de Março de 1946, sobre descentralização. Ler o texto AQUI.

Como o Joman diz, o Dr. Adriano trata "o velho problema Praia/Mindelo. Sempre cuidadoso, sem se colocar contra o regime, vai defendendo os seus pontos de vista".

[0419] Faculdade de Música no Mindelo

Mais que merecida, está para breve a criação de uma escola superior de música no Mindelo. Embora lentamente, a nossa cidade parece começar a sair da sua letargia. Salvé Jotamonte, salvé Nhô Reis e todos os outros que foram os grandes iniciadores. Ler notícia AQUI.

[0418] Desporto da ilha

O grande Mindelense na maior, Micá, infelizmente com problemas. Parabéns à equipa da Praia de Bote e desejos de boa sorte para os estudantes do Mindelo. Ler notícia AQUI.

[0417] Nas comemorações do 134.º aniversário do Mindelo como cidade.

O presidente da Câmara Municipal, Augusto Neves, Brito-Semedo, vice-reitor da UNICV, Baltasar Ramos e o falecido António Canuto, em notícia que pode ler AQUI

Augusto Neves - Foto BINÓKULU

segunda-feira, 15 de abril de 2013

[0416] 50.000 - ou antes, 56.851

No PB passou hoje ali ao lado o número 50.000 de cliques. Porém, o PRAIA DE BOTE começou antes de colocarmos o contador. Assim, pelas 9 horas da manhã também passou o número 56.851 na estatística do blogue a que os visitantes não têm acesso. Mas, acertos exactos à parte, isso é o menos. 50.000 ou mais 6851 é o mesmo, para o caso. Seja como for, agradecemos a estes visitantes que clicaram e a todos que de um modo ou de outro têm contribuído para tornar a PRAIA DE BOTE a melhor praia do Mindelo, de São Vicente, de Cabo Verde, de África, do Mundo, do sistema solar, da Via Láctea e do Universo. Braça pertóde para todos.

sábado, 13 de abril de 2013

[0415] O naufrágio do "Gaivota" junto ao djéu

O Ilhéu dos Pássaros (Djéu dos Passo) é a eterna sentinela entre São Vicente e Santo Antão, guarda aprumado do Mar de Canal. E por isso assistiu a múltiplos naufrágios, à perda de muitas vidas, mercadorias e barcos. Tal como aconteceu com o "Gaivota", em Setembro de 1929. O cuter vinha de Carvoeiros (a partir de 1933 Porto Novo, por despacho do governador Amadeu Gomes de Figueiredo). Talvez o naufrágio tenha sidio visto aqui da Praia de Bote, quando ainda não havia o cais acostável a tapar parte o horizonte...


quinta-feira, 11 de abril de 2013

[0414] Adriano Duarte Silva e a defesa dos interesses do Porto Grande. Aqui visível, preto no branco...

Faz o texto de jornal reportagem da sessão da Assembleia Nacional portuguesa de 5 de Abril de 1949. E nela, este defensor de um cais acostável moderno e eficiente para o Porto Grande repisou a ideia. Repare-se que no final da terceira linha se diz "de novo". Água mole em pedra dura... Aliás, como lhe competia. Mas aqui se atesta mais uma vez o interesse desta notável figura de cabo-verdiano e o empenho posto pelo Dr. Duarte Silva na defesa das coisas da sua terra e do seu progresso.


[0413] Quando o "Madalan" encalhou (e se safou) em Providence c. Novembro de 1952

O "Madalan" em 1952, por volta da altura do acidente. Foto L. Costa FPOHP

[0412] Ocupação de passeios por vendedores ambulantes no Mindelo


[0411] Um campeonato militar em São Vicente nos tempos de diazá

Hoje não gastamos muitas palavras. A coisa trata de campeonato de voleibol militar no Mindelo no início da década de 40 do século passado e para a deslindar minimamente basta ler o verso da fotografia (neste caso não se trata de postal ilustrado, como no post anterior). Os rapazes estavam longe de casa, no quartel os divertimentos eram mínimos, fora dele os míseros prés também não comportavam grandes aventuras e portanto para além dos inevitáveis jogos de bisca e sueca atacavam o desporto como escape. Aqui estão duas das equipas, uma com equipamento às riscas e a outra com fatiota "tronco nu". Quem terá ganho a contenda? Sabemos lá nós... Inclino-me a favor da Infantaria, para o Adriano ficar contente...



Este post foi motivo de alguns lapsos (pelo PB) e como já estava muito confuso foi refeito.  Dos comentários colocados no post original, há que realizar a seguinte súmula:

De Valdemar Pereira:

Não venho dizer que conheci um destes "ronaldos" mas provar que o Mundo é pequeno.
De vez enquando aparecia em S.Vicente um militar bom na bola e quando decidia jogar inscrevia-se na Micá. O mais célebre de entre eles foi o cabo Augusto que foi guarda-redes do Castilho e depois da Selecção de Cabo Verde. Mas a estória é de um bom defesa que jogou pela Académica. Uns quinze anos depois apareceu no Consulado em Lyon (França) para se inscrever. Não vos conto os momentos de conversa que tivemos lembrando factos e gentes.


A Karina Nobre procurou saber onde se situaria este campo desportivo. Segue a resposta avisada de Adriano Miranda Lima, nosso expert nestas coisas militares sãovicentinas:

Quanto ao quartel, e respondendo à Karina Nobre, só pode ser o que foi construído na Chã de Alecrim ou no Lazareto. Por acaso, tenho comigo algumas fotos sobre desafios de futebol realizados por esses militares expedicionários. Como disse há dias, falta-me publicar textos e fotos versando (desta feita) aspectos lúdicos desses expedicionários.

domingo, 7 de abril de 2013

[0410] Um postal inglês, com uma sãovicentina e seus filhos, enviado por uma francesa para um habitante de Paris

A legenda inglesa do postal editado pelos Thornton Bros. de Brompton, Kent, Grã Bretanha, dá a figura central do mesmo como "A mulher da casa", isto é, aquela que levava a família para a frente. Esta parece ser constituída apenas por uma menina e por outra criança mais jovem que a mulher transporta às costas, à maneira africana. Mais ninguém... Marido na diáspora? Viúva? Mãe solteira? Nunca o saberemos. É um São Vicente de início do século XX, de extrema pobreza popular, onde o funco ainda é vulgar e o canhoto em boca feminina ainda mais. O pano com que a senhora segura a criança afigura-se roto e a base da saia está mais que remendada. Ao lado, uma selha tradicional para as lavagens da roupa.

Ora quem envia este postal em 14 de Julho de 1914 para o 132 da Avenue Parmentier em Paris? Uma senhora que dá pelo nome de G...  (poropositadamente aqui escondido pelo PB, por motivos que se percebem) e envia "afectuosos beijos" para o senhor L... (aspas, aspas...). Qual o relacionamento entre estas duas pessoas? Namorados? Esposos? Irmãos? Mãe e filho? Apenas bons amigos? Também dificilmente o saberemos. Seja como for, Cabo Verde está pelo meio da ambos. Madame ou mademoiselle G encontra-se ou passa por Cabo Verde e resolve enviar o postalinho a Mr. L para a acolhedora avenida parisiense. O PB procurou o prédio e encontrou-o. Na aparência, corresponde à época de segunda metade de século XIX, início do XX, sugerindo ser exactamente o aquele para onde o postal foi enviado e não outro posterior. O quarteirão, de face curta do lado da Av. Parmentier, apenas apresenta duas portas, mas cinco ou seis andares. Há uma tenda de jornais, uma farmácia também. Digamos que aquela fachada encerra a chave deste enigma simples mas curioso que, como em muitos casos epistolares aqui reproduzidos, é atravessado por Cabo Verde. Pena que o envelope em que o postal foi remetido se tenha eclipsado. Mas, mesmo assim, aqui fica mais este saboroso episódio que tem a ver com nôs terra.

Só uma piada: o vendedor deste postal, não percebendo o que é essa coisa de "C. V." escrita no mesmo, e lendo a expressão  "St. Vincent" identifica o local de origem do objecto como "petites Antilles - Amerique"... Caso para lhe dizer: "Ó mnine, bô ca ta conchê Cabverd?"...






[0409] Arte Pública Colonial em Cabo Verde. Repetição de palestra por Joaquim Saial ontem, na Associação dos Antigos Alunos do Ensino Secundário de Cabo Verde, em Lisboa

Notícia em "A Semana", de Cabo Verde, de 6 de Abril de 2013


quarta-feira, 3 de abril de 2013

[0408] Arte Pública Colonial em Cabo Verde - Repetição de palestra, em Lisboa

Navegador Diogo Afonso, Mindelo - Esc. Gustavo Bastos
A pedido de vários membros da Associação dos Antigos Alunos do Ensino Secundário de Cabo Verde em Lisboa, vai repetir-se no próximo sábado dia 6 de Abril a palestra sobre o tema em título, por Joaquim Saial. Muitos não puderam assistir à primeira edição da mesma, em virtude do falecimento de um sócio muito estimado e consequentes cerimónias fúnebres. Deste modo, irá realizar-se de novo na associação de Carnide uma conversa sobre os bustos, estátuas e padrões que ainda hoje pontuam a paisagem insular cabo-verdiana, comemorativos de personagens e feitos da época colonial.

terça-feira, 2 de abril de 2013

[0407] Representantes da Assembleia Nacional reunem com Forças Vivas de S. Vicente

CONVITE

Enviado para o PRAIA DE BOTE por Duarte Cardoso e António P. Silva

Encontro entre a Assembleia Nacional e as Forças Vivas de S. Vicente

O Presidente da Assembleia Nacional convida os cidadãos e a sociedade civil organizada para um encontro alargado com as forças vivas de S. Vicente, os serviços desconcentrados e sociedade civil, sob o lema “ Assembleia Nacional em Diálogo com a Sociedade", que se realiza no dia 04 de Abril (5ª feira) as 17h00 no Auditório da Universidade de Mindelo (ex-IESIG)

ASSUNTO: Encontro: Assembleia Nacional e as Forças Vivas de S. Vicente / Assembleia Nacional em Diálogo com a Sociedade

DATA: 4 de Abril (5.ª feira)

HORA: 17h00

LOCAL: Auditório da Universidade de Mindelo (ex-IESIG)