quarta-feira, 23 de março de 2016

[2068] Misteriosas coisas da memória capilar

Lá atrás, no post 2058, falou-se de barbeiros. Toda a gente que o comentou conheceu no Mindelo pelo menos um que lhe ficou na memória. Ora fazendo as contas por alto, enquanto ali estive, devo ter cortado as melenas à volta de 30 ou mais vezes. Então não é que eu, que me prezo de possuir excelente memória, não tenho a mínima luz sobre quem localmente me fez os desbastes da trunfa? Registo como vaguíssima ideia que a dada altura um sujeito foi algumas vezes lá a casa cortar o cabelo ao meu pai e decerto também a mim. Mas se calhar não foi nada disso. Chego até a pensar que inventei o facto. E não me lembro sequer de nenhuma barbearia na cidade. Pois, é, tanta coisa são-vicentina que ficou colada nestes neurónios e de máquina, pente e tesoura capilar, nada. Mistério, mas mistério mesmo profundo. Que raio de coisa!...

6 comentários:

  1. Djack, até havia uma perto da Capitania, numa daquelas ruas populares movimentadas. O Zizim tem uma das suas "storias" em que fala dessa barbearia. O meu barbeiro foi sempre o Fidjim, num estabelecimento que ficava num daqueles compartimentos exteriores do "Plurim de Virdura". Creio que ficava na rua da loja do Toi Pombinha.
    Já viram que em Cabo Verde, em especial S. Vicente, há muitos nomes castiços? Fidjim, Toi Pombinha...

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    1. Não sei o que é isto, mas lembro-me de todos os três barbeiros que tive antes de ir para Cabo Verde e de todos os quatro que tive depois de vir. Mas o (ou os) de Cabo Verde eclipsaram-se misteriosamente. Deve ter-se fundido o neurónio onde estava alojada a minha memória deles. Esperemos que não se fundam outros tão depressa, ahahahaha

      Braça sem luz,
      Djack

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  2. Então, é hora de homenagear alguns dos "figaros" mais conhecidos por mim no Mindelo.
    Começo pelo antecessor do Fidjim nessa barbearia citada pelo Adriano, que foi Nhô Tchitche também ainda violinista, não fosse ele da Boavista. Sempre trajado de branco com um nozinho preto. Grande cavaqueador, era o homem que se deslocava ao Telegraph para os ingleses. Penso que era o mais chique.
    Depois vem o Djony de mari Barba, no sentido oposto ao Plurim, faci ao Scofield e Nh^^o Antonim Madeirense. Homem afàvel, era boxer e, e bem me lembro mùsico. Tanto um como o outro nunca tinham pressa para terminar um corte que interrompiam para contar toda a espécie de estôrias, reais e bazofas.
    Depois vinham os ajudantes: um (Chota) no Tchitche e dois ou três no Djony.
    Havia outro barbeiro na Rua da Biblioteca no edificio de Nhô Pedro Claudio com vàrios rapazes. O mais conhecido entre eles era o Gregorio, também artista pintor autodidata e violista que me ajudou em Dakar. Gregorio morreu não faz muito em S.Vicente quase centenàrio.
    Finalmente,
    Raul de Carvalho, metropolitano, junto ao Tribunal com ajudantes locais. Era também mùsico e apresentou vàrios saraus mesmo no Eden Park.
    Havia outros barbeiros com suas oficinas mas deles não me recordo.

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  3. A enciclopéda Valdemar, volume XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXLLLLLLLLLLVVVVVVVVII entra em acção!

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    1. O sujeito é uma máquina, como ele não há nem no Mindelo, nem em Tours nem em Marte. É único e irrepetível. Se um dia for autopsiado, dentro da tola dele vão encontrar o triplo desses volumes.

      Braça com neurónios valdemarescos cheios de acontecimentos,
      Djack

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    2. Aiaiai aiai !!!
      Acabo de descobrir aqui duas pessoas "a falar mal de mim". Não batam no velhinho que ainda consegue lembrar de algumas coisinhas là do burgo.
      Braças e mantenhas pa bocês tude.

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